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Renato Paiva no Fortaleza: Modelo, Desafios e o Risco Calculado do Leão

Por Redação FutFortaleza em 17/07/2025 16:45

O Fortaleza Esporte Clube oficializou a contratação do técnico português Renato Paiva, que assume o comando da equipe para a sequência da temporada de 2025. A chegada do novo comandante, com contrato até o final de 2026, ocorre em um momento de profunda reestruturação no clube cearense, que optou pela dispensa do argentino Juan Pablo Vojvoda. O objetivo primordial estabelecido para Paiva é claro e urgente: assegurar a permanência na elite do Campeonato Brasileiro.

Para compreender a fundo a escolha do Leão do Pici, é fundamental dissecar o perfil profissional de Paiva, analisando suas metodologias de trabalho e o histórico recente em clubes brasileiros como Bahia e Botafogo. Esta abordagem visa elucidar os fundamentos que levaram a diretoria tricolor a apostar no treinador lusitano neste cenário desafiador.

O Modelo de Jogo de Renato Paiva: A Filosofia Posicional

O técnico português Renato Paiva é um fervoroso defensor do modelo tático de jogo posicional. Essa abordagem, que remonta aos anos 70 e foi revitalizada por figuras proeminentes do futebol contemporâneo, como o espanhol Pep Guardiola, baseia-se na busca constante por superioridade numérica em diversas áreas do campo. A estratégia visa desorganizar as linhas defensivas adversárias através de intensa movimentação e da utilização de alas ofensivos, que ampliam a dimensão do terreno de jogo.

Em uma entrevista concedida ao Charla Podcast, o próprio Paiva detalhou sua preferência por essa formação. Ele reconhece que a plena efetividade dessa filosofia tática exige um período considerável de maturação, o que impactou o início de seus trabalhos tanto no Esquadrão de Aço quanto no Glorioso. Contudo, diante do contexto emergencial em que assume o Fortaleza , o treinador demonstra disposição para flexibilizar e adaptar seu estilo ao elenco atual, visando resultados imediatos.

Análise das Passagens Anteriores: Bahia e Botafogo

A experiência de Renato Paiva no Bahia merece uma análise multifacetada. Conforme pontuado pelo comentarista Elton Serra à ESPN, em fevereiro de 2025, é crucial distinguir duas vertentes de sua atuação:

"No Bahia, é preciso separar em duas esferas. É separar o trabalho em campo, muito bem avaliado no Bahia e pelos jogadores. Os resultados não vieram, mas era trabalho de médio a longo prazo, o Grupo City dava respaldo. A relação com o externo não foi muito boa, a comunicação com a torcida através da imprensa criou um racha entre torcedor e treinador. E culminou na saída após uma das organizadas colocar a foto dele com orelha de burro, isso o afetou, ele pediu demissão a contragosto da diretoria, que iria mantê-lo até o fim da temporada. Chegou com respaldo por trabalhar bem com jovens no Del Valle?.

Essa citação ressalta a boa aceitação interna e o potencial de um projeto de longo prazo, contrastando com a deterioração da relação com a torcida, que culminou em sua saída.

No Botafogo, a trajetória de Paiva também apresentou nuances. Sérgio Santana, setorista do clube no ge, detalhou ao Diário do Nordeste:

?O Botafogo estava em uma crescente antes da Copa do Mundo. Vinha muito bem no Brasileiro, nos últimos seis jogos antes da Copa, o Botafogo ganhou cinco, e a sequência era boa porque o Renato Paiva estava se achando com o elenco, mas o Botafogo tinha o resultado, mas não performava bem. Só que o Renato estava se achando, colocando o Cuiabano de ponta, Alex Telles como lateral mais preso, alternando os laterais-direitos, entre Vitinho e Mateo Ponte, o Savarino, um pouco mais para o lado, então era um trabalho em crescente e a demissão pegou muita gente de surpresa porque, apesar da derrota para o Palmeiras ter sido decepcionante, nas oitavas, a vitória contra o PSG estava em alta. Se eu tivesse de avaliar o trabalho dele no Botafogo, eu diria que não foi excelente, passou longe de ser, era bom, só que nunca empolgou, pela performance do time em campo, mas estava em uma crescente. Então o John Textor resolveu fazer essa mudança porque ele se preocupa com a forma que o time performava em campo, e o Botafogo, por vezes, achava resultados, não construía eles".

A análise aponta para uma evolução tática do time, ainda que a performance nem sempre fosse convincente, culminando em uma demissão inesperada, motivada pela busca por um desempenho mais vistoso.

O Desafio Central no Fortaleza: Gestão e Recuperação

O maior obstáculo que Renato Paiva enfrentará no Fortaleza será, sem dúvida, a gestão do atual elenco . Internamente, o plantel é considerado de alta qualidade, mas não conseguiu entregar os resultados esperados na presente temporada, forçando a diretoria a uma mudança drástica que resultou na saída de Vojvoda. Com uma porcentagem significativa do elenco mantida (cerca de 85%) e um baixo número de novas contratações, o português tem a missão urgente de resgatar a motivação do grupo, que demonstrou atuar em um ritmo aquém do seu potencial ao longo do ano.

Além de reanimar os atletas, Paiva precisará definir rapidamente uma nova identidade de jogo, com um esquema tático que restabeleça a competitividade do time. Um contraponto em suas passagens pelo futebol brasileiro foi a complexa relação com a torcida: tanto no Bahia quanto no Botafogo, o treinador enfrentou problemas com a expectativa gerada junto aos torcedores, o que gerou críticas, apesar de o corpo técnico e funcionários elogiarem seu trabalho.

Esses aspectos exigem que Paiva adote uma abordagem menos complexa em sua metodologia inicial, visando uma assimilação rápida por parte dos jogadores. Diferentemente de suas missões anteriores no Brasil, onde teve a oportunidade de "iniciar trabalhos" do zero, ele agora chega com o ano em andamento e a imperativa tarefa de lutar contra o rebaixamento. Entre as opções disponíveis no mercado, Paiva representava uma alternativa viável por já estar no radar da Série A. No entanto, o risco inerente a essa contratação é elevado, uma consequência direta da delicada posição em que o próprio clube se encontra.

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Ricardo

Ricardo

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Comentado em 17/07/2025 21:35 Com Renato na área, acredito na estratégia posicional pra recuperar nosso time na Série A, fé no Leão!
Patrícia

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Comentado em 17/07/2025 20:03 Confio no Paiva, vamos reagir juntos, Leão!
Felipe

Felipe

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Comentado em 17/07/2025 18:28 Renato é brabo demais, vai botar pra quebrar rsrs!
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