Paiva Desmistifica Derrota: Fortaleza e a Culpa Coletiva contra Grêmio

O Fortaleza sofreu um revés por 2 a 1 contra o Grêmio, em confronto adiado do Campeonato Brasileiro. Embora o Tricolor do Pici tenha reagido após sair em desvantagem e conseguido reduzir o placar, a igualdade não foi alcançada nos momentos derradeiros. Magrão, o goleiro da equipe cearense, esteve envolvido em duas infrações que resultaram em penalidades no começo do embate. Contudo, o técnico Renato Paiva optou por não atribuir a culpa pelo resultado exclusivamente ao seu arqueiro.

A Análise de Paiva: O Resultado Não é Individual

Em sua análise pós-jogo, o comandante português, Renato Paiva, enfatizou a responsabilidade compartilhada pelo resultado, mesmo diante de falhas pontuais que culminaram em gols adversários. Sua perspectiva é clara ao desviar o foco da performance individual do goleiro.

"Poderia dizer que é um erro individual, mas vou dizer que é um erro coletivo. A bola chega à área porque deixamos que chegasse. E criamos condições para que ela chegasse. Eu não gosto de individualizar as ações, não gosto, sinceramente. E o erro é coletivo, os dois gols refletem a nossa má entrada no jogo"

Após a desvantagem inicial, a equipe do Fortaleza buscou reverter o cenário, assumindo uma postura mais ofensiva e propondo o jogo. O técnico português discorreu sobre a evolução tática de seus atletas em campo, destacando a necessidade de uma mentalidade proativa desde o apito inicial.

Reação Tardia: Fortaleza Busca Proatividade

Paiva expressou seu desejo por uma equipe que não apenas reaja, mas que dite o ritmo das partidas. Para ele, a reação é um sintoma de ter cedido a iniciativa ao adversário, algo que ele busca corrigir em sua filosofia de jogo. A postura do time após o segundo gol gremista serviu como um exemplo, ainda que tardio, do que ele almeja para o Fortaleza .

"Eu não quero um time que reaja. Se nós estamos a reagir é porque estamos a dar iniciativa ao adversário. E o que eu quero é que a minha equipe dite as leis do que acontece no jogo. Basicamente, o que aconteceu depois do segundo gol do Grêmio"

Ele destacou a resiliência demonstrada pelo elenco, apesar da sequência de resultados negativos e da posição na tabela. A capacidade de se recuperar após um início desfavorável, especialmente em um campo adverso e com um placar de 2 a 0 aos 15 minutos, foi um ponto positivo a ser extraído da partida, segundo o treinador.

"Fomos atrás do resultado com muito caráter, com muita personalidade e com muita qualidade. Acho que devemos tirar uma situação positiva, que é uma equipe que está numa zona de rebaixamento, que que vem de uma série de jogos negativos, com exceção dos dois últimos, ter capacidade de aos 15 minutos estar a perder 2 x 0 fora de casa e num campo difícil e reagir e ir para cima do adversário e fazer depois o resto do jogo que fez"

O Pragmatismo Pós-Jogo: Mérito do Vencedor

Nos instantes derradeiros da partida, o Fortaleza criou duas oportunidades claras de gol, mas foi impedido pelo goleiro Volpi, que realizou intervenções cruciais. O arqueiro gremista defendeu uma cabeçada potente de Deyverson e uma cobrança de falta perigosa de Gastón Ávila, mantendo a vantagem adversária e impedindo o empate que o Leão tanto buscava.

Concluindo sua análise, Paiva foi pragmático sobre o mérito do resultado, reforçando que no futebol a "justiça" é determinada pelos gols marcados. Para ele, o Grêmio foi o merecedor da vitória por ter sido mais eficaz na finalização, enquanto o Fortaleza foi penalizado pela sua má performance nos momentos iniciais da partida.

"Não falo em justiça, porque a justiça no futebol é para quem marca gols e, portanto, quem marcou gols foi o Grêmio e o Grêmio merece ganhar. Nós não merecemos porque não fizemos e fomos penalizados pela nossa má entrada no jogo"