Osvaldo Azim: O Implacável Ex-Presidente e Comentarista do Fortaleza

O cenário esportivo cearense amanheceu em luto neste domingo, 7 de abril, com a notícia do falecimento de Osvaldo Azim, aos 77 anos. Uma figura de notável relevância para o Fortaleza Esporte Clube e para a crônica esportiva local, Azim sofreu um infarto, deixando um vazio inegável para aqueles que acompanhavam suas análises e sua trajetória.

Conhecido carinhosamente como "Bola de Ouro" por sua perspicácia, Osvaldo Azim construiu uma carreira sólida e respeitada nos microfones do Ceará. Sua voz ecoou por diversas emissoras de rádio de prestígio, incluindo a Iracema, Dragão do Mar, Assunção e, em seus últimos anos de atividade, a Rádio Clube. Sua presença era sinônimo de debate qualificado e opiniões incisivas, características que o tornaram uma referência para ouvintes e colegas.

A Voz Inconfundível da Crônica Esportiva

A influência de Azim na mídia esportiva transcendeu as ondas do rádio. Ele também integrou por um período o painel do renomado programa Trem Bala, onde sua postura firme e seu intelecto aguçado lhe renderam um apelido marcante. Foi de Alan Neto que Osvaldo Azim recebeu a alcunha de "O Implacável", um epíteto que capturava perfeitamente sua essência: um crítico sem rodeios, sempre disposto a expor sua visão com convicção e sem temor.

Mesmo após afastar-se da equipe do Trem Bala, Azim manteve sua postura de observador atento e crítico do futebol. Em 2024, ao conceder uma entrevista ao programa Cadeira Elétrica, ele não hesitou em expressar sua ressalva à implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Fortaleza . Essa posição demonstrava sua lealdade aos princípios do clube e sua preocupação com os rumos da instituição que tanto amou, reiterando a imagem de um homem de convicções inabaláveis.

Legado no Leão: A Dupla Histórica e o Recorde Imortal

Além de sua marcante atuação como comentarista, Osvaldo Azim também deixou sua marca na história do Fortaleza Esporte Clube como dirigente. Ele presidiu o Tricolor de Aço em 1997, um período que, embora não tenha sido coroado com títulos, é lembrado por uma contribuição estratégica fundamental para a identidade do clube da época: a formação da icônica dupla de ataque composta por Sandro Gaúcho e Frank.

Essa parceria ofensiva se eternizou nos anais do futebol cearense, e Sandro Gaúcho, em particular, gravou seu nome de forma indelével. Ele permanece, até os dias atuais, como o maior artilheiro em uma única edição do Campeonato Cearense, com impressionantes 39 gols. Este feito, gestado sob a gestão de Azim, é um testemunho de sua visão para o futebol e de sua capacidade de identificar talentos que marcariam época no Leão do Pici. A ausência de troféus não ofusca a memória de uma gestão que soube semear um legado de artilharia e paixão.