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Martín Palermo: A Evolução do Fortaleza e o Desafio da Série A Pós-Clássico
Por Redação FutFortaleza em 07/11/2025 06:23
O Fortaleza, sob a liderança do técnico Martín Palermo, encerrou a 32ª rodada do Campeonato Brasileiro com um empate por 1 a 1 contra o Ceará, em um Clássico-Rei marcado por emoções até os instantes finais. Apesar do gol sofrido nos acréscimos, que impediu a conquista dos três pontos, o treinador argentino expressou um misto de frustração e satisfação, enaltecendo a postura de seus comandados e a sequência de performances consistentes que o time vem apresentando.
Palermo não ignorou o amargor de ver a vitória escapar tão perto do apito final, mas fez questão de sublinhar a dedicação dos atletas em campo. Em suas palavras, a equipe demonstrou estar à altura da rivalidade, impondo-se desde o início da partida.
"Acredito que sabíamos o que o rival podia propor. Todo o time, no primeiro tempo, conseguiu fazer a diferença encontrando o gol, que era o que buscávamos, ter a iniciativa", afirmou Palermo. "O Ceará esperou, quis ver nossa resposta, e acredito que o time mostrou que estava à altura do clássico. Estivemos muito perto da vitória."
A Batalha Tática do Clássico e o Lamento pelo Detalhe
A dinâmica do confronto, segundo o comandante, foi um teste para a capacidade de reação do Fortaleza . O adversário optou por uma postura mais reativa, aguardando a iniciativa tricolor. A estratégia do Ceará para buscar a igualdade, através de jogadas aéreas, era um risco conhecido e, infelizmente para o Leão, concretizou-se em um momento crucial. A presença de um atacante de área no time rival foi um fator decisivo, e o gol de cabeça, nos últimos instantes, deixou um sabor agridoce.
"Sabíamos que eles tentariam cruzamentos, com a presença de um camisa 9 de área, e foi dessa forma que chegaram à igualdade. Tentamos sustentar defensivamente e o time fez um bom trabalho, mas esses detalhes acontecem nos clássicos. Ficamos com a bronca de estar tão perto dos três pontos", lamentou o técnico.
Apesar do tropeço final, Palermo fez questão de destacar a solidez coletiva e a regularidade que o Fortaleza vem construindo. A equipe acumula uma sequência de três jogos sem derrotas, um indicativo de progresso. Embora o desejo fosse por uma pontuação maior, a manutenção de um rendimento equilibrado e a consolidação de uma base de jogadores são pontos cruciais para a fase atual do campeonato.
A Ascensão do Coletivo e o Fator Bareiro
O desempenho individual de certos atletas também foi alvo de elogios por parte do treinador. Bareiro, por exemplo, tem se mostrado um elemento fundamental no ataque, contribuindo com gols decisivos. Palermo relembrou as críticas iniciais sobre a falta de efetividade dos atacantes e celebrou a atual fase do jogador.
"Hoje estamos na presença de Bareiro, que já nos deu três gols. Quando cheguei, se dizia que Deyverson não fazia gol, Lucero não fazia gol, Bareiro não fazia gol. Hoje temos isso, um atacante que está nos ajudando, e é importante para o time", observou.
As escolhas táticas também foram tema da coletiva. A inclusão de Moisés no time titular, por exemplo, visava conferir uma dinâmica ofensiva diferenciada. Palermo esclareceu que as alterações realizadas no segundo tempo foram motivadas pelas características dos atletas disponíveis no banco, e não por uma intenção de adotar uma postura mais defensiva. A manutenção da estrutura ofensiva, com Breno e Bareiro, demonstra a intenção de buscar o gol, mesmo com as trocas.
"Acreditei que ele poderia nos dar outra coisa no ataque. Talvez não tenha feito seu melhor jogo, mas sabíamos o que podia gerar. Mantivemos a estrutura ofensiva com Breno e Vareiro, mas as mudanças no segundo tempo foram por característica, não por uma proposta mais defensiva", explicou. "Se eu tivesse jogadores com as mesmas características dos que saíram, manteria a ideia inicial. As substituições foram por necessidade, não por recuo."
O Desgaste da Batalha e o Apoio Crucial da Torcida
O desgaste físico e mental da equipe, que tem repetido a base nos últimos confrontos, é uma preocupação real. Jogar decisões a cada rodada cobra um preço, e a comissão técnica precisará avaliar cuidadosamente a condição dos atletas para o próximo compromisso. A partida contra o Grêmio, em casa, é vista como um divisor de águas, onde a vitória é imperativa para validar os pontos conquistados nos empates anteriores.
"Temos repetido a base nos últimos três jogos, e isso cobra um preço. Há um desgaste físico e também emocional, porque estamos jogando decisões a cada rodada. Vamos analisar quem está mais inteiro para enfrentar o Grêmio, porque o time precisa continuar reagindo", disse Palermo.
Apesar do resultado, o apoio da torcida no Castelão foi um ponto de destaque para o treinador. A reação dos torcedores, que aplaudiram e reconheceram o esforço da equipe mesmo após o gol sofrido, surpreendeu e emocionou Palermo. Essa conexão entre time e arquibancada é vista como um combustível essencial para a reta final do campeonato.
"Foi muito bonito o que aconteceu. Normalmente, quando o time leva um gol no final, a torcida sai chateada. Hoje foi o contrário: eles aplaudiram, reconheceram o esforço. Eu mesmo insisti para que os jogadores fossem até eles, porque esse reconhecimento é importante", contou. "Hoje foi o meu primeiro clássico no Brasil, e foi lindo ver o Castelão cheio, as duas torcidas, o clima, o espetáculo. Saio com uma boa sensação por ver o torcedor reconhecendo o que o time está fazendo. Precisamos muito deles nesse final de campeonato", completou.
O Caminho para a Permanência na Elite
Olhando para o futuro, o técnico argentino projetou o próximo desafio contra o Grêmio, enfatizando a importância de um triunfo em casa. A necessidade de "validar" os pontos obtidos contra Santos e Ceará é crucial, especialmente considerando a sequência de jogos fora de casa que virá posteriormente. Não há margem para outro resultado que não seja a vitória diante de sua torcida.
A confiança de Palermo no grupo permanece inabalável. O compromisso com a permanência na Série A é a força motriz que impulsiona a equipe. Desde sua chegada, o treinador tem trabalhado para solidificar a proposta de jogo e o empenho dos jogadores, construindo uma versão mais robusta do Fortaleza . Enquanto houver possibilidades matemáticas, a luta pela elite continuará com total dedicação.
"O time não vai se entregar. Vai lutar até o fim. Desde que cheguei, esse foi o desafio que assumi. Há um maior compromisso, uma melhor proposta, uma versão mais sólida da equipe. Estamos crescendo, e enquanto houver chances, vamos seguir acreditando", concluiu.
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