Fortaleza Vence Duelo Direto: Fragilidades do Vitória Expostas na Série A

O Castelão testemunhou uma tarde memorável para o Fortaleza e, inversamente, uma jornada para ser prontamente esquecida pelo Vitória. O confronto direto, válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, culminou em um convincente 2 a 0 a favor do Leão do Pici, um resultado que não apenas manteve o Rubro-Negro na zona de rebaixamento, mas também expôs, de forma inequívoca, uma equipe desprovida de ideias coletivas e com notórias limitações técnicas em seu plantel.

A combinação destes fatores, a escassez de um plano de jogo definido e a carência de qualidade individual, projeta um cenário de continuidade de resultados adversos, delineando um final de temporada potencialmente sombrio para o clube baiano. A performance no Castelão foi um espelho de um time que parece ter perdido o rumo, incapaz de reagir diante da superioridade do adversário.

Sob a batuta de Rodrigo Chagas, em sua primeira partida após a efetivação como técnico, o Vitória exibiu uma notável falta de inspiração e discernimento tático. A competência para articular qualquer esquema de jogo esteve ausente, e, o que é mais preocupante, os atletas em campo não replicaram a dedicação e o foco observados em embates anteriores, como no compromisso contra o Atlético-MG, quando Chagas atuou como interino. A desconexão era palpável.

A Vitória do Leão: Falhas Cruciais do Adversário

Ao longo dos noventa minutos, o elenco do Vitória cometeu uma sucessão de erros primários. Falhas na saída de bola da defesa, passes equivocados para companheiros próximos e escolhas imprudentes na execução de jogadas foram constantes. Tal panorama gerava a impressão de um conjunto desatento e desorganizado, facilitando a ação do Fortaleza .

O gol inaugural sofrido serve como um exemplo cristalino da falta de sintonia do Vitória com a partida. A sequência de eventos que levou à abertura do placar é ilustrativa: Lucas Halter e Raúl Cáceres falham ao não afastarem a bola com a devida contundência, Ramon perde uma disputa de maneira ingênua na sequência, e, por fim, Lucas Arcanjo, mal posicionado, é incapaz de efetuar a defesa. Um lance que sintetiza a descoordenação de quatro dos onze jogadores em campo.

E os problemas não se restringiram a este quarteto. Nenhum dos demais atletas encontrou uma tarde inspirada na Arena Castelão. Cantalapiedra, por exemplo, demonstrou pouca participação, falhando na conexão entre o meio-campo e o setor ofensivo. Renato Kayzer, embora esforçado, acumulou uma série de erros, comprometendo a continuidade das jogadas. Ofensivamente, o Vitória se resumiu a tentativas esporádicas de chutes de longa distância, principalmente com Erick.

Foto: (Victor Ferreira / EC Vitória)

A Estagnação Tática e o Banco Limitado

Rodrigo Chagas, embora não seja o responsável direto pelo baixo nível técnico do elenco , assumiu parte da culpa pelo desempenho coletivo abaixo do esperado no primeiro tempo. Sua parcela de contribuição para o resultado final aumentou consideravelmente ao optar por não realizar qualquer alteração para a etapa complementar. A punição foi quase imediata, com o segundo gol do Fortaleza , que virtualmente selou o destino da partida.

As primeiras substituições só foram realizadas aos 15 minutos do segundo tempo. E aqui reside um outro dilema para Rodrigo Chagas: os titulares não renderam, e o banco de reservas, mesmo acionado tardiamente, não ofereceu alternativas capazes de reverter o roteiro do jogo. Dudu, em sua reestreia, chamou mais atenção pelo cartão amarelo recebido em apenas cinco minutos em campo, enquanto Matheuzinho, embora tenha mostrado mais que Cantalapiedra, esteve aquém de seu potencial.

O Futuro Incerto de um Elenco Carente

Com a janela de transferências encerrada e o mercado restrito apenas a jogadores sem contrato, a carência de qualidade no elenco do Vitória configura-se como um problema sem solução imediata para a temporada de 2025. A busca pela permanência na Série A dependerá, invariavelmente, da capacidade de um técnico em encontrar saídas táticas e estratégicas dentro das severas limitações do grupo. Neste sábado, Rodrigo Chagas não demonstrou tal aptidão.

Em seu próprio reduto, o Vitória consegue, por vezes, compensar a deficiência técnica através da mobilização de sua torcida e de uma imposição física acentuada. No entanto, atuando fora de casa, o cenário se transforma radicalmente, apresentando um time com desempenho contrastante.

O elenco rubro-negro agora retorna a Salvador para uma semana livre de compromissos, antes de receber o Fluminense no Barradão, no próximo sábado, às 16h (de Brasília). A vitória do Fortaleza , contudo, permanece como um marco de um adversário que se mostrou fragilizado e sem respostas, consolidando a posição do Leão do Pici na competição.