Fortaleza: Histórico de Confrontos com Gigantes Argentinos na Libertadores e Sula

O cenário do futebol sul-americano se prepara para mais um capítulo na ascensão do Fortaleza. O sorteio que delineou os caminhos na Copa Libertadores trouxe à tona um reencontro familiar, mas sempre desafiador: o Vélez Sarsfield, da Argentina. Este embate não é apenas mais um jogo; ele representa o sétimo adversário argentino que o clube cearense enfrentará em sua ainda jovem, porém notável, trajetória em competições internacionais. Tal recorrência sublinha uma verdade inegável: para se firmar no continente, o Leão do Pici precisa, invariavelmente, medir forças com a robusta escola futebolística argentina.

A Complexa Relação do Fortaleza com o Futebol Argentino

Desde sua primeira incursão além-fronteiras, o Fortaleza tem tido uma relação intensa e, por vezes, agridoce com os clubes argentinos. A rivalidade histórica e a qualidade técnica dessas equipes impõem um teste de fogo a qualquer agremiação que almeja o protagonismo continental. Observar o retrospecto do time cearense contra esses adversários é traçar uma linha do tempo de seu próprio amadurecimento e das lições aprendidas em campo.

Abaixo, detalhamos os confrontos que moldaram essa jornada, desde amistosos até embates decisivos em torneios de prestígio:

Foto: ( João Moura FEC)

As Primeiras Provas e a Curva de Aprendizado Continental

A jornada do Fortaleza contra os argentinos começou de forma inusitada, com um amistoso contra o Boca Juniors em 2010, que serviu como celebração de um feito local. Contudo, o verdadeiro batismo de fogo veio em 2020, na sua estreia internacional, contra o Independiente pela Sul-Americana. Apesar de uma vitória por 2 a 1 em casa, o revés de 1 a 0 na Argentina resultou na eliminação, um amargo aprendizado sobre a implacável regra do gol fora de casa.

Em 2022, o Leão do Pici fez sua aguardada estreia na Copa Libertadores, e novamente os argentinos foram protagonistas. O River Plate se apresentou como um gigante na fase de grupos; o Fortaleza conseguiu um empate em casa, mas sucumbiu fora. No mesmo ano, nas oitavas de final, o Estudiantes impôs uma derrota contundente por 3 a 0 na Argentina, seguida de um empate em casa, selando mais uma eliminação. Esses confrontos iniciais, embora repletos de desafios, foram cruciais para forjar a resiliência e a compreensão tática necessárias no cenário sul-americano.

A Consolidação e a Afirmação Tricolor no Cenário Sul-Americano

A partir de 2023, o Fortaleza começou a demonstrar uma nova faceta em seus duelos contra os argentinos. De volta à Sul-Americana, o San Lorenzo foi o primeiro a sentir a evolução do time cearense. O Leão não apenas venceu em casa por 3 a 2, mas também conquistou uma vitória expressiva de 2 a 0 em solo argentino, marcando um ponto de virada significativo na sua performance como visitante.

O ano de 2024 consolidou essa tendência de afirmação. Pela Sul-Americana, o Fortaleza enfrentou novamente o Boca Juniors, desta vez em um confronto oficial. O empate em 1 a 1 na emblemática Bombonera já era um feito notável, mas a goleada histórica de 4 a 2 na Arena Castelão reverberou por todo o continente, demonstrando o poderio ofensivo e a capacidade de superação do time. Na sequência, o Rosario Central também foi superado nas oitavas de final, com um empate na Argentina e uma vitória por 3 a 1 em casa, garantindo a progressão na competição.

Desafios Recentes e o Horizonte da Libertadores

Apesar dos triunfos recentes, o futebol é cíclico, e o Fortaleza teve um lembrete disso em 2025, na fase de grupos da Libertadores, ao encarar o Racing. Duas derrotas, por 3 a 0 em casa e 1 a 0 fora, serviram para reajustar as expectativas e ressaltar a constante necessidade de aperfeiçoamento em um torneio tão competitivo.

Agora, com o Vélez Sarsfield no horizonte das oitavas de final da Libertadores, o Fortaleza se prepara para mais um capítulo dessa saga. As datas exatas ainda serão confirmadas, mas a previsão é que os confrontos ocorram nos dias 13 e 20 de agosto. Este será um teste decisivo para o Leão do Pici, que busca não apenas avançar na competição, mas também reafirmar sua capacidade de superar os tradicionais desafios impostos pelos clubes argentinos, solidificando de vez sua posição entre as forças emergentes do futebol sul-americano.