Fortaleza de Vojvoda: 10 Técnicos no Santos e a Busca por Estabilidade no Peixe

A chegada de Juan Pablo Vojvoda ao comando técnico do Santos sinaliza uma busca por um elemento que tem sido escasso na Vila Belmiro: a estabilidade. Com um contrato estendido até o final de 2026, o treinador argentino é a aposta para reverter um quadro de constante mudança. Sua reputação foi solidificada por uma gestão duradoura e bem-sucedida de quatro anos à frente do Fortaleza, período que se encerrou em julho. Nesse mesmo intervalo, o clube praiano, em contraste, enfrentou notáveis dificuldades para estabelecer um projeto futebolístico coeso, alternando dez profissionais distintos na cadeira de técnico.

A trajetória de Vojvoda no Fortaleza , que se estendeu de maio de 2021 a julho de 2025, é um testemunho de consistência. Durante sua passagem, ele liderou a equipe em impressionantes 310 partidas, construindo um legado que o tornou uma figura emblemática no clube cearense. Sua longevidade e os resultados alcançados representam o antípode da realidade vivida pelo Santos nos últimos anos, onde a permanência de um treinador parecia uma exceção, e não a regra.

Fortaleza: O Pilar de Vojvoda vs. a Inconstância Santista

O cenário de instabilidade no Santos é ainda mais evidente quando se observa a lista de treinadores que ocuparam o cargo durante a permanência de Vojvoda no Fortaleza . O profissional que mais tempo permaneceu à frente do elenco santista nesse período foi Fábio Carille, em sua primeira passagem. Ele conduziu o time em 53 confrontos, alcançando o vice-campeonato paulista e, posteriormente, o título do Campeonato Brasileiro da Série B.

Contudo, a rotatividade de técnicos no Peixe se tornou uma característica marcante. A cada tentativa de solidificar uma proposta de jogo, uma nova mudança se impunha, desfazendo o que havia sido construído. Essa dinâmica contrasta frontalmente com a filosofia de trabalho de Vojvoda, que teve tempo para implementar suas ideias e colher os frutos de um planejamento a longo prazo no Nordeste.

A Galeria de Comandantes do Peixe (2021-2025)

A seguir, apresentamos a relação dos treinadores que comandaram o Santos durante a gestão de Juan Pablo Vojvoda no Fortaleza , evidenciando a intensa alternância no banco de reservas do clube paulista:

A Nova Gestão e os Desafios no Banco de Reservas

Juan Pablo Vojvoda é o quarto técnico a assumir sob a gestão de Marcelo Teixeira no Santos . O atual presidente iniciou seu mandato com Fábio Carille no comando e manteve o treinador mesmo em momentos de menor rendimento durante a disputa da Série B. Após o acesso à elite do futebol nacional e a conquista do título da competição, em uma partida que se destacou pelas manifestações da torcida na Vila Belmiro, a diretoria optou por encerrar a colaboração com Carille e buscar um novo nome para a temporada de 2024.

Na temporada atual, o Santos contratou o português Pedro Caixinha, mas seu trabalho não alcançou a projeção esperada. A eliminação na semifinal do Paulistão diante do Corinthians e um início desfavorável no Brasileirão alteraram os rumos da equipe após apenas 16 jogos, culminando em sua saída. O clube passou duas semanas em busca de um novo comandante, com César Sampaio assumindo interinamente, até a contratação de Cleber Xavier, que deixou seu posto de auxiliar de Tite para iniciar sua jornada como treinador principal.

A Breve Passagem de Cleber Xavier e a Urgência por Direção

Apesar das expectativas, "Clebinho" permaneceu à frente do Santos por somente 17 jogos, incluindo amistosos contra Red Bull Leipzig e Desportiva Ferroviária. Sua demissão ocorreu após a contundente goleada de 6 a 0 sofrida para o Vasco, no último domingo. Este episódio sublinha a urgência do Santos em encontrar um caminho e solidificar um projeto que permita ao clube sair rapidamente da zona de rebaixamento do Brasileirão, um cenário oposto ao que a Vila Belmiro tem enfrentado nos últimos anos.

A aposta em Vojvoda, portanto, não é apenas na figura de um novo treinador, mas na esperança de replicar a estabilidade e o sucesso que ele construiu no Fortaleza . O desafio é imenso, mas a diretoria santista parece determinada a quebrar o ciclo de trocas constantes e finalmente estabelecer um projeto de longo prazo para o futebol do clube.