Fortaleza: Análise da Derrota em Casa e o Drama da Zona de Rebaixamento

A atmosfera no Castelão, que deveria impulsionar o Fortaleza, transformou-se em mais um palco de desilusão. Em uma noite que prometia um ensaio de reação, o Leão do Pici sucumbiu diante do São Paulo por 2 a 0, um resultado que não apenas freia qualquer vestígio de otimismo, mas também aprofunda a equipe na incômoda 19ª colocação do Campeonato Brasileiro, com meros 21 pontos.

Enquanto o time paulista, aliviado, ascende para 38 pontos e se aproxima da almejada zona de classificação para a Libertadores, o cenário para o Fortaleza é de crescente preocupação. A incapacidade de converter a vantagem numérica em campo em resultado positivo ressalta deficiências táticas e a urgência de uma mudança de postura.

O Início Enganoso e a Resposta Paulistana

O embate começou com o Fortaleza tentando impor seu ritmo, buscando a pressão ofensiva. Em uma das investidas mais promissoras, um erro do goleiro Rafael, do São Paulo, quase gerou um susto, não fosse a intervenção precisa de Wendell. Contudo, foi o São Paulo quem demonstrou maior objetividade. Em uma jogada bem construída, Cédric Soares lançou Rigoni, que cruzou para Tapia finalizar com precisão, abrindo o placar para os visitantes.

A situação para o Tricolor Paulista, entretanto, sofreu uma reviravolta inesperada. Rigoni, autor da assistência, foi expulso após uma revisão do VAR, que detectou uma infração em Deyverson. Com um jogador a mais e o placar adverso, esperava-se uma reação contundente do Leão. O que se viu, no entanto, foi uma posse de bola estéril, sem a capacidade de ameaçar seriamente a meta defendida por Rafael.

A Vantagem Numérica Desperdiçada e a Sentença Tricolor

A segunda etapa seguiu o roteiro do primeiro tempo pós-expulsão. O Fortaleza mantinha a posse, mas a criação de jogadas de perigo era escassa. O São Paulo, mesmo em desvantagem, parecia mais perigoso nos contra-ataques. Bobadilla, em uma dessas investidas, quase ampliou, mas a defesa do Leão conseguiu afastar.

As alterações promovidas no ataque do Fortaleza até conseguiram gerar algumas oportunidades. Pochettino, recém-entrado, testou Rafael, que fez boa defesa. Diogo Barbosa, em outra jogada, finalizou pela linha de fundo. A pressão se intensificava, com Breno Lopes mandando uma bola por cima do gol após cruzamento na área. No entanto, a ineficácia persistia.

Em um contragolpe fatal, o São Paulo sacramentou a vitória. Após um desarme sobre Marinho, Bobadilla acionou Enzo Díaz, que com um toque sutil tirou Brenno da jogada, deixando Luciano com o gol aberto para encerrar um jejum de dez partidas. Nos minutos finais, Brítez ainda tentou diminuir de cabeça, mas Rafael garantiu a integridade do placar. A derrota em casa, com um homem a mais por grande parte do jogo, é um golpe duro na moral do time e de sua torcida.

O Caminho Adiante: Confronto Direto pela Sobrevivência

O próximo desafio do Fortaleza é um verdadeiro confronto direto pela permanência na elite. A equipe visita o Juventude, em uma partida que se desenha como decisiva para as aspirações do Leão na competição. Para o São Paulo, o foco agora se volta para o clássico contra o Palmeiras, no Morumbis, onde buscará solidificar sua posição na tabela.

A urgência por resultados é palpável. O Fortaleza precisa mais do que nunca de uma reavaliação tática profunda e de uma capacidade de reação que não se viu no Castelão. A zona de rebaixamento é uma realidade cada vez mais presente, e o tempo para escapar dela está se esgotando.

Detalhes da Partida