Fortaleza: A Profunda Transformação Antes do Clássico-Rei 2025

A iminência de um novo Clássico-Rei, agendado para esta quinta-feira (6) contra o Ceará, na temporada de 2025, traz à tona uma profunda análise sobre a metamorfose vivenciada pelo Fortaleza desde o último encontro entre os arquirrivais. O que se observa é uma equipe que passou por uma reestruturação drástica, tanto em sua liderança técnica quanto na composição de seu elenco, buscando redefinir sua trajetória em um momento crucial do calendário futebolístico.

O palco para a mais recente derrota tricolor no clássico, por um placar mínimo de 1 a 0, serviu como divisor de águas. Naquela ocasião, o comando técnico ainda pertencia a Juan Pablo Vojvoda, um nome que por cinco temporadas esteve intrinsecamente ligado à identidade do Leão. Contudo, o revés no Clássico-Rei do Brasileirão foi o catalisador para o encerramento de seu ciclo, marcando o fim de uma era e o início de um período de incertezas.

A Dança dos Treinadores: Do Adeus a Vojvoda à Aposta em Palermo

A saída de Vojvoda abriu caminho para a chegada do português Renato Paiva, que assumiu uma missão de alta complexidade. O time, então, enfrentava uma realidade desafiadora, com um departamento médico sobrecarregado e uma posição desconfortável na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Com apenas dez pontos conquistados em treze partidas, o Fortaleza ocupava a lanterna da competição, evidenciando a urgência por uma mudança de rumo.

A passagem de Renato Paiva, no entanto, foi breve e com resultados aquém das expectativas. Em apenas dez jogos, o treinador português registrou um aproveitamento de 20%, sem conseguir reverter a tendência negativa. Mesmo com medidas como o afastamento de atletas, a exemplo do atacante Deyverson, o panorama tricolor não melhorava, e a equipe continuava sua descida na tabela, além de ter sido eliminada nas oitavas de final da Libertadores. Ao se despedir, Paiva deixou o Fortaleza na vice-lanterna, com quinze pontos em vinte e uma rodadas.

Foi nesse cenário de constante pressão que a diretoria do clube optou por uma nova intervenção, aproveitando uma Data Fifa para promover mais uma alteração no comando técnico. A escolha recaiu sobre Martín Palermo, uma lenda do Boca Juniors como centroavante, que agora assume a responsabilidade de guiar o time cearense. Esta aposta, até o momento, tem se mostrado mais promissora. Em nove confrontos sob sua batuta, Palermo contabiliza quatro vitórias, reacendendo as esperanças de afastar o clube da zona de rebaixamento. Atualmente, o Leão ocupa a 18ª posição, com 28 pontos, e mira alcançar o Santos, primeiro time fora do Z-4, que está a cinco pontos de distância.

A Renovação do Elenco: Chegadas e Despedidas Estratégicas

Paralelamente às mudanças na comissão técnica, o Fortaleza também movimentou o mercado de transferências, buscando oxigenar e fortalecer seu plantel. A necessidade de reforços tornou-se evidente, especialmente após as lesões dos goleiros João Ricardo e Brenno no último Clássico-Rei. Para a posição, foram prontamente contratados Helton Leite e Vinicius Silvestre, visando suprir as lacunas.

A lista de aquisições se estendeu a diversas posições, adicionando profundidade e novas opções táticas ao time. Chegaram ao Pici o lateral Weverson, os meio-campistas Pierre, Pablo Roberto, Guzmán e Crispim, o atacante Kayke e o zagueiro Lucas Gazal. Essas contratações demonstram uma clara intenção de reestruturar a equipe e oferecer a Martín Palermo um leque maior de possibilidades para implementar sua filosofia de jogo.

No que tange às saídas, um nome de peso deixou o clube: David Luiz, que havia sido contratado com grande expectativa no início da temporada. O zagueiro rescindiu seu contrato por mútuo acordo e rumou para o Pafos, da Grécia. Outra baixa confirmada é a do zagueiro Gustavo Mancha, que foi negociado e não faz mais parte do elenco tricolor.

O Peso da História e a Busca por Reação no Clássico Decisivo

Apesar das transformações, o Fortaleza carrega o fardo de uma estatística incômoda: a equipe não obtém uma vitória em Clássicos-Rei desde 2023, um dado que adiciona uma camada extra de pressão sobre o próximo confronto. A formação que enfrentou o Ceará em julho deste ano, no último embate entre os times, contava com Brenno , Brítez, Kuscevic, Gustavo Mancha , Gastón Ávila; Matheus Pereira, Lucas Sasha, Martínez; Pochettino, Breno Lopes e Lucero.

Para o duelo vindouro, a maioria desses atletas permanece à disposição. Matheus Pereira, inclusive, surge como uma possível surpresa no time titular, demonstrando evolução em seu tratamento de um edema na coxa direita. A única ausência confirmada por suspensão é a do meia argentino Pochettino, um desfalque considerável para a estratégia de Palermo. O restante do grupo está apto a ser utilizado, permitindo ao treinador argentino montar a melhor estratégia para romper o jejum e consolidar a curva ascendente que o clube busca.

O embate entre Ceará e Fortaleza , marcado para esta quinta-feira (6), às 20h, na Arena Castelão, transcende a rivalidade local. Para o Fortaleza , representa não apenas a chance de superar um adversário histórico, mas também de validar as profundas mudanças implementadas e sinalizar um futuro mais promissor na competição. É um teste de fogo para a nova era sob o comando de Martín Palermo, onde a vitória pode significar um salto anímico e técnico fundamental na luta por seus objetivos.