Escândalo FIFA: Machuca do Fortaleza Suspenso por 1 Ano – Entenda o Caso

Uma notícia de impacto reverberou nos corredores do futebol, alcançando diretamente o Fortaleza Esporte Clube. Imanol Machuca, atacante cujo passe pertence ao Leão e que atualmente defende o Vélez Sarsfield-ARG por empréstimo, foi alvo de uma severa punição imposta pelo Comitê Disciplinar da FIFA: uma suspensão de 12 meses. A decisão, que também atingiu a Associação de Futebol da Malásia (FAM) e outros seis atletas, fundamenta-se na violação do artigo 22 do Código Disciplinar, que trata de ?falsificação e adulteração de documentos?, conforme comunicado oficial da entidade máxima do futebol mundial.

O cerne da questão reside na controversa naturalização de Machuca como cidadão malaio, ocorrida no início de junho. Embora de origem argentina, o jogador alegou possuir laços familiares ?distantes? com o país asiático, o que, supostamente, o habilitaria a cumprir os requisitos legais para representar a seleção da Malásia. Outros atletas, como o brasileiro João Figueiredo, seguiram caminho semelhante, buscando essa via para atuar internacionalmente.

A estreia de Machuca pela seleção malaia ocorreu em 10 de junho, durante a goleada por 4 a 0 sobre o Vietnã, válida pelas qualificatórias da Copa da Ásia. Contudo, a elegibilidade dos jogadores rapidamente se tornou objeto de uma rigorosa investigação da FIFA. A apuração revelou que a Associação de Futebol da Malásia, ao submeter ?consultas de elegibilidade?, utilizou-se de ?documentação adulterada? para permitir a escalação dos sete atletas posteriormente punidos.

A Fraude da Naturalização e a Intervenção da FIFA

A gravidade da situação foi detalhada em uma nota da FIFA, que esclareceu o panorama da denúncia:

Todos os sete jogadores atuaram pela Malásia contra o Vietnã na terceira rodada das eliminatórias para a Copa da Ásia da AFC Arábia Saudita 2027, em 10 de junho de 2025. Após a partida, a FIFA recebeu uma denúncia sobre a elegibilidade de Facundo Tomás Garcés, Rodrigo Julián Holgado, João Vitor Brandão Figueiredo, Jon Irazábal Iraurgui e Hector Alejandro Hevel Serrano.

A partir das provas coletadas, o Comitê Disciplinar da FIFA, após um trâmite regular de avaliação, impôs as sanções que culminaram na suspensão de Machuca, entre outros envolvidos.

A FAM e os jogadores afetados foram informados da decisão na última sexta-feira, 26, e dispõem de um prazo de dez dias para solicitar a fundamentação detalhada do veredito. Tal solicitação, se efetuada, levará à posterior publicação da decisão completa. É crucial ressaltar que a medida disciplinar ainda está sujeita a uma possível revisão por parte do Comitê de Apelação da FIFA, o que mantém uma margem de incerteza sobre o desfecho final.

No que tange ao clube que detém o jogador atualmente, o Vélez Sarsfield, a reação foi de cautela. Em contato com a reportagem, Sebastián Pati, dirigente do clube argentino, limitou-se a declarar: ?O departamento jurídico está cuidando do assunto?, sem fornecer detalhes adicionais sobre as estratégias a serem adotadas. Machuca permanecerá emprestado ao Vélez até o término da atual temporada, e para contar com seus serviços, o clube desembolsou 250 mil dólares ao Fortaleza , valor equivalente a R$ 1,5 milhão na cotação da época.

O Impacto da Decisão e os Próximos Passos Jurídicos

Para o Fortaleza , a situação de Machuca representa um revés significativo. O clube cearense realizou um investimento substancial para sua contratação em 2023, desembolsando 2,5 milhões de dólares ? montante equivalente a R$ 11,7 milhões na cotação da época ? por 50% dos direitos econômicos do atleta. Essa quantia demonstra a alta expectativa depositada no jogador, que tem contrato vigente com o Leão do Pici até o final de 2027. Desde sua chegada em julho de 2023, vindo do Unión de Santa Fé-ARG, Machuca participou de 65 partidas, contribuindo com seis gols e cinco assistências ao longo das últimas duas temporadas.

O Futuro de Machuca e o Investimento do Fortaleza