Ceará e Fortaleza: Combate à LGBTfobia no Futebol

Ceará e Fortaleza: Clubes Cearenses Levantam a Bandeira da Inclusão

Em alusão ao Dia Internacional de combate à LGBTfobia, celebrado em 17 de maio, os times cearenses Ceará e Fortaleza manifestaram-se publicamente, demonstrando seu compromisso com a causa. Em meio à disputa do Campeonato Brasileiro, onde enfrentam Sport e Vasco, respectivamente, os clubes enfatizaram a relevância da tolerância e da valorização da vida de torcedores LGBT+, que compartilham a paixão pelo futebol.

O Fortaleza adotou uma abordagem que visa sensibilizar sobre o impacto do desrespeito no ambiente esportivo. Através de mensagens impactantes, o clube busca conscientizar sobre como atitudes preconceituosas podem privar outros torcedores tricolores de vivenciarem a alegria de acompanhar o time no estádio.

?Enquanto o futebol é celebração para uns, ainda é rejeição para muitos outros. Se no estádio a festa é para todos, fora dele não pode ser diferente. Respeite quem também tem respeito por você", traz a mensagem do Tricolor.

Foto: ( Thiago Gadelha/SVM)

Fortaleza Alerta para a Exclusão e a Violência

O clube ainda complementa a ação com exemplos de situações cotidianas vivenciadas por torcedores, contrastando-as com manchetes de violência nos estádios, buscando gerar reflexão sobre a realidade enfrentada por muitos.

"Amigas felizes vendo o Laion jogar. Família comemorando um gol do Leão no Castelão. Aniversário de namoro em um dato no jogo do Leão" e completa: "Isso é normal para você, né?"

Em contrapartida, questiona: "Isso aqui, para muita gente, também é." ao relembrar manchetes com casos de violência nas arquibancadas.

Ceará Escancara o Preconceito e Suas Consequências

O Ceará Sporting Club, por sua vez, lançou um vídeo impactante que expõe a realidade enfrentada por torcedores LGBT+. A produção intercala imagens de membros da comunidade LGBT+ vestindo a camisa do clube com a reprodução de cânticos homofóbicos, evidenciando o contraste entre a paixão pelo time e o preconceito presente nos estádios.

A mensagem do clube é um chamado à reflexão sobre as consequências da homofobia no futebol:

"Sabia que cânticos como esse afastam muitos alvinegros do estádio? E o clube ainda pode ser punido. O Brasil lidera o ranking mundial de crimes contra pessoas LGBT+. Em 2024, uma pessoa lgbt+ foi morta de forma violenta a cada 30 horas. 17 das 21 torcidas lgbts afirmam não assistir às partidas de forma organizada por não se sentirem seguras nas arquibancadas. Juntos, podemos mudar essa realidade".

Um Panorama Alarmante da LGBTfobia no Brasil

Os dados apresentados pelo Ceará revelam um cenário preocupante. O Brasil figura no topo do ranking mundial de violência contra pessoas LGBT+, com um assassinato a cada 30 horas em 2024. Além disso, a insegurança nos estádios afasta grande parte das torcidas LGBT+, que se sentem vulneráveis em um ambiente que deveria ser de celebração e união.

A iniciativa dos clubes cearenses é um passo importante na luta contra a LGBTfobia no futebol, mas é fundamental que outras instituições e a sociedade como um todo se unam para promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos os torcedores.