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Acusação de Racismo Choca Fortaleza Sub-20: O Que Aconteceu?

Por Redação FutFortaleza em 12/11/2025 18:56

A Denúncia que Parou o Jogo em Fortaleza

O confronto de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil Sub-20, disputado entre Fortaleza e São Paulo no Estádio Presidente Vargas, foi abruptamente ofuscado por uma séria denúncia de injúria racial. O volante Matheus Ferreira, da equipe paulista, apontou o atacante Rocco, do Fortaleza , como o autor de ofensas racistas. O incidente, que eclodiu aos 26 minutos da etapa inicial, levou à interrupção do jogo por quatro minutos. Apesar da gravidade da acusação e da paralisação, ambos os jogadores permaneceram em campo, e nenhuma sanção foi aplicada no momento do ocorrido.

A controvérsia, conforme reportado por Marta Negreiros, do Sportv, teve início quando atletas do time visitante denunciaram que Rocco teria se dirigido a Matheus utilizando a expressão "macaco". Membros da delegação são-paulina confirmaram à jornalista a alegação de que o jogador chileno do Fortaleza proferiu a frase: "Cala a boca, seu macaco". Imediatamente após a suposta ofensa, a situação degenerou para um confronto verbal, com jogadores do São Paulo confrontando Rocco e questionando: "Quem é macaco?".

Diante da gravidade da situação, o árbitro Paulo Vitor de Lima Pereira acionou o protocolo antirracista da FIFA. Contudo, para surpresa de muitos, o embate foi retomado aos 30 minutos da primeira etapa, prosseguindo sem que qualquer atleta fosse advertido disciplinarmente ou retirado do gramado, levantando questionamentos sobre a eficácia da aplicação imediata das medidas previstas.

Repercussões Imediatas e Exigências de Punição

O intervalo da partida trouxe à tona as primeiras repercussões do incidente. Lucas Emanoel, camisa 10 do Fortaleza , ao ser indagado sobre o ocorrido, expressou sua convicção de que seu colega de equipe não teria proferido a ofensa "macaco" ao adversário. Curiosamente, Rocco foi substituído e não retornou para a segunda etapa do jogo. Paralelamente, na saída para o vestiário, Andrade, zagueiro e capitão do São Paulo, camisa 4, manifestou veementemente sua indignação, exigindo uma punição exemplar para o jogador do Fortaleza .

"Não podemos mais admitir isso. Tem que sair daqui para a delegacia. A gente tem que ver o mais rápido possível. Não ouvi, mas meus amigos ouviram"

declarou Andrade, sublinhando a urgência e a seriedade da situação.

Protocolo Antirracista da FIFA: Teoria e Prática em Campo

Instituído em 2024, o protocolo antirracista da FIFA representa uma ferramenta crucial no combate à discriminação nos gramados. Sua ativação é sinalizada por um gesto específico do árbitro: ambos os braços cruzados na altura dos punhos, com as mãos e dedos esticados, comunicando ao público o início do procedimento de três etapas.

O procedimento, desenhado para escalonar as ações em resposta a manifestações discriminatórias, segue a seguinte estrutura:

Passo Ação do Árbitro Descrição
1º Passo Paralisação e Anúncio O árbitro deve interromper o jogo e solicitar um comunicado (via sistema de som e/ou telão) exigindo o término imediato do comportamento racista.
2º Passo Suspensão Temporária Se as manifestações persistirem, o árbitro tem a prerrogativa de suspender a partida por um período, retirando as equipes do campo e emitindo um novo alerta.
3º Passo Encerramento Definitivo Caso o comportamento discriminatório não cesse após as medidas anteriores, o árbitro pode decidir pelo encerramento definitivo do jogo, com a consequente derrota da equipe vinculada aos atos racistas.

Injúria Racial: Compreendendo o Crime e Suas Consequências

Para além das discussões em campo, é fundamental compreender a dimensão legal da injúria racial, um delito grave no ordenamento jurídico brasileiro.

Aspecto Detalhes
Definição Legal Conforme o artigo 140, § 3º, do Código Penal Brasileiro, a injúria racial configura-se pela ofensa à honra de um indivíduo específico, empregando elementos relacionados à sua raça, cor, etnia, religião ou origem.
Penalidade A sanção prevista é de reclusão, com duração de 1 a 3 anos, além de multa.
Agravantes A prática do crime em espaços públicos, como no incidente do Presidente Vargas, pode resultar em aumento da pena.
Imprescritibilidade Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023 estabeleceu que a injúria racial, assim como o racismo, é imprescritível, garantindo à vítima o direito de formalizar a denúncia a qualquer momento.

Este contexto legal sublinha a seriedade de cada acusação e a necessidade de rigor na apuração, garantindo que o futebol, em todas as suas categorias, seja um ambiente livre de preconceitos e discriminação.

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