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Martín Palermo: A História se Repete? Fortaleza vs. Palmeiras e a Memória da Libertadores 2000
Por Redação FutFortaleza em 20/09/2025 04:20
O palco está montado para um reencontro que transcende as quatro linhas do campo. Neste sábado (20), Martín Palermo, o lendário ex-atacante argentino e agora comandante do Fortaleza, se deparará novamente com o Palmeiras. Contudo, desta vez, a perspectiva é diferente: ele estará à beira do gramado, ditando as estratégias de seu novo clube brasileiro. Este confronto não é apenas mais um jogo da Série A; é uma viagem no tempo, um eco de capítulos memoráveis na gloriosa carreira do "Titán", que guarda recordações indeléveis de seus embates contra o Alviverde.
A memória mais vívida, sem dúvida, remete à conquista da Copa Libertadores de 2000, onde o Boca Juniors, liderado por Palermo, superou o Palmeiras em uma final dramática. Um título que consolidou sua imagem de ídolo e gravou seu nome na história do futebol sul-americano. Mas antes daquela noite inesquecível, houve outros encontros que pavimentaram essa rivalidade particular.
O Começo de Uma Saga: Mercosul e Primeiros Choques
A primeira vez que Martín Palermo cruzou o caminho do Palmeiras foi em 4 de novembro de 1998, durante as quartas de final da Copa Mercosul. Na ocasião, o Boca Juniors enfrentou o Verdão no jogo de volta, e Palermo, então uma promessa, estava entre os suplentes. Curiosamente, seu atual auxiliar técnico no Fortaleza , Diego Cagna, também figurava no banco de reservas naquela partida.
O técnico Carlos Bianchi decidiu lançar Palermo em campo, e o camisa 9 não demorou a justificar a confiança, marcando o único gol do Boca no empate por 1 a 1. No entanto, o brilho do gol foi ofuscado por uma expulsão ainda durante a partida, um prenúncio do temperamento e da intensidade que marcariam sua trajetória.
A Final Épica da Libertadores de 2000: Um Marco Indelével
Dois anos após aquele primeiro embate, o destino colocou Palmeiras e Palermo frente a frente novamente, mas em um cenário de proporções muito maiores: a grande final da Copa Libertadores de 2000. No jogo de ida, Palermo, novamente saindo do banco, entrou no início do segundo tempo. A partida terminou em um eletrizante empate por 2 a 2, com o argentino enfrentando defensores como Roque Júnior, Euller e Pena, este último autor de um dos gols palmeirenses.
A decisão final ocorreu no Morumbi, com arquibancadas lotadas e uma atmosfera de pura tensão. Palermo começou como titular, e sua presença já era um diferencial. Chegou a balançar as redes, mas o gol foi anulado, reacendendo as esperanças da torcida alviverde. O placar permaneceu inalterado, e o campeão seria definido na mais dramática das disputas: a cobrança de pênaltis.
O Drama dos Pênaltis: Onde o Titã Brilhou
A disputa de pênaltis no Morumbi foi um espetáculo à parte, com Óscar Córdoba, goleiro do Boca, se agigantando e Palermo demonstrando a frieza de um artilheiro nato. A sequência de cobranças foi a seguinte:
| Time | Jogador | Resultado |
|---|---|---|
| Palmeiras | Alex | Gol |
| Boca Juniors | Guillermo Barros Schelotto | Gol |
| Palmeiras | Pena | Defendido por Córdoba |
| Boca Juniors | Riquelme | Gol |
| Palmeiras | Roque Júnior | Defendido por Córdoba |
| Boca Juniors | Martín Palermo | Gol |
| Palmeiras | Rogério | Gol |
| Boca Juniors | Bermúdez | Gol |
Com o placar final de 4 a 2 para o Boca Juniors nos pênaltis, o clube argentino sagrou-se campeão da Libertadores. Martín Palermo converteu sua cobrança com precisão cirúrgica, sem dar chances ao goleiro Marcos. A emoção tomou conta, e o ídolo Diego Maradona, presente na cabine de transmissão, vibrou intensamente com a conquista. Aquela foi a última vez que Palermo enfrentou o Palmeiras como jogador, encerrando um ciclo de confrontos que se tornaram parte de sua lenda. A repercussão foi tamanha que o Diário do Nordeste, no dia seguinte, estampou em sua capa a vitória do Boca, com o ídolo argentino em destaque.
O Legado de um Goleador Agora no Banco
A carreira de Martín Palermo como jogador é marcada por números impressionantes e passagens por grandes clubes como Alavés, Real Betis, Villarreal e Estudiantes, além de sua eternização no Boca Juniors. Ao longo de 625 partidas, balançou as redes 308 vezes, jogando ao lado de craques como Maradona e Lionel Messi e deixando um legado indelével no futebol argentino e mundial.
Agora, em sua nona experiência como técnico, iniciada em 2013, Palermo assume o comando do Fortaleza , sua primeira equipe brasileira. Ele nunca havia enfrentado o Palmeiras na função de treinador, após passagens por Godoy Cruz, Arsenal de Sarandí, Unión Española, Pachuca, Curicó Unido, Aldosivi, Platense e Olimpia. Ao lado de Diego Cagna, seu fiel auxiliar, o desafio é grande. O Fortaleza , atualmente na penúltima colocação da Série A com 18 pontos, busca reabilitação, enquanto o Palmeiras, na terceira posição com 46 pontos, briga pelo título. O confronto no Allianz Parque, às 21h deste sábado, pela 24ª rodada, não é apenas um jogo; é um capítulo a ser escrito por um homem que já fez história contra o Verdão, agora com a missão de deixar sua marca fora das quatro linhas.
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