Fortaleza 2025: Vice-Líder em Lesões na Série A e o Impacto no Futebol Cearense

A recente despromoção do Fortaleza para a Série B pode ser intrinsecamente ligada à persistente indisponibilidade de seu plantel principal ao longo de boa parte da campanha. O ano de 2025 registrou um total alarmante de 53 ocorrências de lesões entre os atletas do clube, posicionando-o como o segundo com o maior número de baixas médicas na Série A, ficando atrás apenas do Botafogo.

Este índice representa a mais elevada quantidade de contusões que o Fortaleza enfrentou desde seu retorno à principal divisão do futebol nacional, em 2019. Em comparação direta com o ano anterior, a temporada atual contabilizou um acréscimo de dez problemas físicos.

Entre os casos mais emblemáticos, a lesão que impôs o maior período de afastamento foi a do atacante Moisés. Em um incidente no mínimo imprudente, ocorrido na terceira rodada do Campeonato Brasileiro, o jogador sofreu uma contusão no músculo posterior da coxa esquerda após ser empurrado por Deyverson durante uma celebração de gol que, ironicamente, foi posteriormente anulado. Esse evento o manteve fora dos gramados por impressionantes 32 partidas, de 13 de abril a 12 de outubro.

Impacto das Ausências: Moisés e os Jogadores Mais Afetados

A seguir, uma tabela detalha os atletas do Fortaleza e o número de partidas que perderam em 2025 devido a problemas médicos:

Fonte: Gato Mestre

Apesar da gravidade de sua única lesão, Moisés não foi o jogador que mais frequentou o departamento médico. Essa 'liderança' coube à dupla Brítez e Bruno Pacheco, ambos com quatro passagens pelo DM ao longo da temporada. Embora ambos estivessem ausentes na rodada final, somente o lateral-esquerdo Bruno Pacheco foi incluído na contagem por uma fratura na mão. Brítez, por sua vez, precisou de tratamento devido a um quadro de dor torácica relacionado a uma pneumonia contraída em novembro.

Foto: ( Matheus Amorim / Fortaleza EC)

O Departamento Médico do Fortaleza: Picos de Ocupação e a Tendência Crescente

A presença constante de atletas no DM foi uma marca do ano tricolor, a ponto de a última vez em que o clube esteve com o elenco totalmente disponível, sem jogadores em tratamento, ter sido por um breve intervalo entre 5 e 8 de março.

No polo oposto, o departamento médico registrou sua lotação máxima em três ocasiões distintas, com a presença simultânea de sete jogadores: de 15 a 23 de agosto, de 5 a 12 de outubro e de 15 a 17 de outubro, totalizando 17 dias com um número significativo de atletas afastados.

As 53 lesões computadas em 2025 representam o maior volume de problemas médicos enfrentados pelo Fortaleza desde o início da compilação de dados do Gato Mestre para clubes da Série A, em 2016. Para o Leão, a série histórica começa em 2019, ano de seu retorno à elite. Os números revelam uma trajetória ascendente e preocupante ao longo dos anos.

Metodologia da Análise: Transparência nos Dados de Lesões do Fortaleza

As informações que fundamentam esta investigação foram obtidas a partir do portal oficial do Fortaleza Esporte Clube e validadas por meio de apurações realizadas pelos setoristas do ge, acompanhando o cotidiano do time.

O recorte temporal deste levantamento abrangeu o período de 1º de janeiro de 2025 até a data de publicação desta coluna, 23 de dezembro de 2025. Somente as ocorrências médicas registradas dentro deste intervalo foram consideradas. A inclusão de um jogador na contagem exigiu que o departamento médico o vetasse para, no mínimo, uma partida oficial por razões clínicas. Todos os impedimentos médicos que resultaram na impossibilidade de escalação do atleta para o jogo subsequente foram contabilizados. Casos de jogadores poupados ou com desgaste físico, assim como problemas fisiológicos sem impedimento de jogo, foram excluídos desta análise.