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Exclusivo: A Tática do São Paulo de Crespo Que o Fortaleza Vai Enfrentar
Por Redação FutFortaleza em 02/10/2025 09:43
O Fortaleza, buscando consolidar sua posição com uma sequência de triunfos na Série A, se prepara para um embate crucial. Nesta quinta-feira, dia 2, às 19h30min, a Arena Castelão será palco do confronto pela 26ª rodada, onde o Leão do Pici medirá forças com o São Paulo. Este duelo não é apenas entre clubes, mas também um embate tático entre dois estrategistas argentinos à beira do campo: os ex-goleadores Palermo e Crespo, prometendo uma partida repleta de nuances.
Nossa equipe se dedicou a uma profunda imersão tática no elenco do Morumbi, desvendando suas abordagens nos momentos de ataque e defesa, além de identificar seus principais trunfos e fragilidades. A equipe paulista se destaca pela valorização da posse de bola, com uma intensa troca de passes, e tem no volante Marcos Antônio seu "maestro" regente. Defensivamente, a formação com uma linha de cinco jogadores é sua marca registrada.
No campo ofensivo, a transformação do São Paulo sob a batuta de Crespo é notável. Longe da verticalidade que caracterizava a equipe em gestões anteriores, o Tricolor adotou uma postura mais cadenciada. Não há pressa em avançar; a prioridade reside na troca exaustiva de passes, buscando a infiltração progressiva na área oponente. Essa filosofia se reflete nos números, com a equipe registrando a sétima maior média de posse de bola da Série A, alcançando 52%, conforme dados do Sofascore.
A essência dessa abordagem se manifesta desde a fase inicial da construção ofensiva: a saída de bola. Com a utilização de um trio de zagueiros, o time assegura uma superioridade numérica crucial na retaguarda, ampliando as alternativas para o início das jogadas. Além disso, a presença de defensores com notável capacidade de passe, como Alan Franco, é um diferencial. Vale ressaltar que Ferraresi, outro atleta com essa característica, estará ausente devido a uma lesão na coxa.
A Engenharia Ofensiva do Tricolor Paulista
Uma vez superada a primeira linha de pressão, a equipe paulista dispõe de três rotas principais para progredir em campo. As investidas pelos corredores laterais, com o acionamento dos alas, são uma constante. No entanto, a preferência recai sobre a ativação de Marcos Antônio, explorando suas qualidades como articulador, ou a aplicação da eficaz dinâmica do terceiro homem.
Desde a chegada de Crespo, Marcos Antônio ascendeu à posição de protagonista, assumindo a responsabilidade de "ditar o ritmo" da equipe. Sua influência na concepção das jogadas é incontestável, manifestando-se tanto em sua movimentação inteligente quanto na fluida troca de passes com seus parceiros de meio-campo, como Bobadilla e Alisson. Em um sistema que valoriza o jogo associativo, o São Paulo raramente recorre a lançamentos longos, preferindo as jogadas curtas que maximizam o potencial do camisa 20.
Uma das grandes virtudes do time do Morumbi reside na sua "dinâmica do terceiro homem". Para avançar no campo, o primeiro jogador, frequentemente um zagueiro, executa um passe mais alongado e seguro para um companheiro que atua como pivô, mesmo que este esteja sob marcação. A partir daí, a bola é rapidamente direcionada ao terceiro homem, que se projeta de frente para o jogo, com espaço para conduzir, resultando em uma jogada mais fluida, seja para uma finalização direta ou para encontrar um quarto jogador em posição privilegiada.
Na fase ofensiva, o São Paulo costuma variar suas formações entre o 3-5-2 e o 3-4-3, adaptando-se às necessidades do confronto e buscando explorar as características de seus atletas.
A Estrutura Defensiva do São Paulo: Solidez e Adaptação
Quando se trata de defender, o São Paulo adota, como princípio fundamental, uma linha de cinco jogadores. Essa formação é consolidada quando os alas recuam vigorosamente, unindo-se ao trio de zagueiros. No miolo do campo, a flexibilidade é maior: ocasionalmente, apenas os volantes se posicionam para compor uma segunda linha de três. Contudo, em outras situações, o segundo atacante também se incorpora ao sistema defensivo, formando uma linha de quatro, o que deixa o centroavante como único elemento mais adiantado.
A equipe comandada por Crespo também se notabiliza pela aplicação da marcação dupla em diversas situações de jogo. Um atleta se encarrega de cercar o adversário pela frente, enquanto outro realiza a dobra, seja ao lado ou por trás, muitas vezes buscando uma recuperação de bola por meio de um bote inesperado. Os defensores de flanco, os laterais, possuem a predileção por "saltar" na marcação para pressionar, demandando que os volantes permaneçam atentos na cobertura.
Em sua fase defensiva, o São Paulo se organiza predominantemente nos esquemas 5-3-2 ou 5-4-1, dependendo da necessidade de reforçar o meio-campo ou a linha de frente na contenção.
Chaves do Confronto: Onde o Fortaleza Pode Atuar
Entre os principais ativos do São Paulo, destacam-se as jogadas elaboradas, especialmente aquelas que exploram a dinâmica do terceiro homem, capazes de desorientar as defesas adversárias. Adicionalmente, a figura de Marcos Antônio, peça central na orquestração ofensiva, impõe a necessidade de uma marcação individualizada e rigorosa por parte do Fortaleza .
Em contrapartida, o Fortaleza pode encontrar um caminho promissor ao explorar a agilidade de seus pontas ? nomes como Breno Lopes, Marinho ou Herrera vêm à mente. A tendência dos laterais paulistas de "saltar" na marcação para pressionar o portador da bola pode gerar espaços valiosos. Se essa movimentação não for executada com a devida coordenação, lacunas nas costas desses atletas surgem, um terreno fértil para o Leão do Pici capitalizar com sua velocidade e profundidade.
O desafio para o Fortaleza é claro: desarmar a construção paciente do São Paulo e, ao mesmo tempo, ser cirúrgico na exploração das brechas que a equipe de Crespo pode oferecer. A inteligência tática do Leão será posta à prova em mais um confronto decisivo na Série A.
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